Tempo-rei, ó tempo-rei, ó tempo-rei...Transformai as velhas formas do viver!
Gil sabe muito das coisas! Aliás, pra fazer um Quem quiser falar com Deus, só pode mesmo ser um cara muito conectado!
E fico pensando nesse tempo que passa e como já faz tanto tempo que não sento aqui pra escrever no meu blog. Porque? Poderia refletir que é a "falta de tempo"...
Mas creio muito mais que tem a ver com um lado nosso de "ir contra si mesmo", ou seja, de não validarmos em nós facetas que gostamos, que são importantes pra nós. Nesse lugar interno, vamos na contramão de nós mesmos, uma outra maneira de dizer que não damos espaço para o que gostamos, para sermos mais amigos do peito de nós mesmos!Velhos hábitos das "velhas formas do viver"...
Tenho certeza que essa famosa falta de tempo dos tempos modernos nos dão uma boa cobertura para as nossas resistências, assim como uma calda caramelada de qualidade ruim que cobre uma sobremesa de primeira, que fica embaixo, espremidinha, e acaba pegando o gosto "docinho" daquele caramelo falso ( aquele doce excessivo não pode ser gostoso de verdade, tem sempre um amarguinho no final...).
E é assim que ficamos contra nós mesmos!Costumo dizer que não precisamos de nenhum algoz, já temos esse tiraninho dentro da gente mesmo e, como está introjetado, haja trabalho interno pra reconhecer, aceitar e transformar...
Satprem, o escritor francês que morou na Índia e foi discípulo da Mãe, já dizia que " o mundo está fechado; a grande aventura agora é dentro". Isso ele escreveu há mais de 30 anos e cada vez mais comprovamos essa verdade: temos imensos mundos internos , alguns espaços já conhecidos, alguns pouco visitados, alguns nem sonhados...e é uma grande aventura irmos, de grão em grão, revelando eles a nós mesmos, conhecendo essa multidão que habita lá por dentro, cuidando e curando a criança ferida, aceitando e transformando o eu inferior, abrindo mão das defesas e máscaras e estando cada vez mais presentes no Eu Real, na verdade que somos. Trabalho difícil e abençoado!
Setembro chegou com as ventanias de agosto. Estou aqui escrevendo , são 12;43 de uma manhã ensolarada de quarta-feira e ouço o vento lá fora varrendo os ares. Sua fala é poderosa! E muitos continuam esperando "quando setembro vier..."... Mas ele só vem se estivermos sintonizados com o "nosso setembro" interno, aí está , e também se tivermos trabalhado direitinho nos julhos e agostos, tirando os matinhos, as ervas daninhas, arando a terra, limpando...! Ventos de outono , como um hai-kai de Bashô , na quase primavera...
O bom é que sempre podemos arar o que não conseguimos arar antes, de janeiro a dezembro e gira novamente a espiral do tempo...E podemos plantar e colher sempre, a chance é contínua .
Tudo se renova continuamente, tudo é possível a cada momento, o que não foi possível antes, pode ser agora. São escolhas bem objetivas que estão ao nosso alcance.
Eckhart fala do "presente", continuando o fio de Krishnamurti , e lembro de uma história que Rolf contava sobre o "tempo vertical", que é, exatamente, o momento presente. Nessa percepção do tempo, o tempo horizontal, cronológico, passa a não existir com toda a sua demanda egóica exigente!
Ficamos mais livres, ufa!!
Dentro desse tempo vertical , termino essa postagem.
Vou ficar um pouco só ouvindo e me sintonizando com a música do vento...
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