sexta-feira, 7 de abril de 2017

A grande estação de rádio da Vida

Gosto de pensar na vida como uma grande estação de rádio, com ondas curtas, ondas médias etc...Você está sintonizado em uma frequência e tem afinidades com outras frequências.Isso cria relacionamentos por afinidade, com outras pessoas vibrando na mesma faixa de onda.( estou apenas fazendo analogias, não conheço a terminologia específica dessa área...)
Pessoas em frequências semelhantes 'a sua , quer dizer, que têm objetivos de vida semelhantes, que têm visões de mundo semelhantes, aspirações semelhantes, vibração semelhante...
Não significa exatamente que façam a mesma coisa que você. Por exemplo, posso ter afinidades profundas com um nutrólogo ayurveda, com um pescador do mar da Bahia, com um viajante dos mundos, com um aspirante ao autoconhecimento, com uma pessoa que tem na música sua referência, sua bússola, seu norte.
Então essas pessoas afins têm um coração e uma cabeça que estão afinadas.Nem melhor ou pior do que as outras pessoas que estão em outra faixa de onda.
Mas isso não quer dizer que as outras frequências não existam.
Você se encontra com frequências variadíssimas ao longo de um dia, algumas vibram mais ou menos como a sua, outras vibram de maneira bem diferente.Mas elas existem, embora em outra faixa de onda.Estamos todos juntos aqui nessa vida.
Essa reflexão me veio agora pelo seguinte:
Sou encantada há muito tempo com uma experiência que faço no rádio do carro, geralmente ao voltar pra casa.
Saio na estrada ouvindo a 102.2 de Amparo, que toca um ótimo e adorável jazz 'das 21 ás 22 h.Vindo pela D Pedro, o som começa a oscilar e começa a "pegar" outras faixas, dá uma misturada.Aí , passando perto da mata, mudo para 103.3, onde pego a Cultura super bem.Que também começa a oscilar e mistura Beethoven com sertanejo, Bach com funk, porque já está pegando a faixa daqui e não de SP. Subitamente a confusão aumenta, a mistura é grande passando pelo portão de baixo, vou subindo pra casa, a coisa vai aclarando e passando o outro portão, limpa tudo e a 103.3 chega limpa, um cinema, como diria minha amiga Helô Pugliesi .Na garagem , então,com aquela excelente audição, fico até acabar o que estava ouvindo( já pensaram se for a Nona??rsrs).
Fico firme até o João abrir a porta de casa e perguntar porque não entrei ainda...<3
Mas ele conhece esse meu encantamento...
Então, tudo é frequência.
Em que frequência cada um de nós está?
Em que frequência você está?
Em que frequência eu estou? 
Lembrei agora da Mãe, quando perguntaram a ela se em Auroville teria dinheiro, família etc..., ela respondia, invariavelmente: sim, se ainda se estiver engajado nisso!
É um mundo diverso esse em que vivemos, com inúmeráveis faixas de onda diferentes, cada uma vibrando sua frequência.
Minha frequência não combina com a do Bolsonaro, por exemplo, (peguei um exemplo bem radical...) mas eu e ele estamos vivendo, aparentemente no mesmo mundo, mas em frequências bem diferentes...
Se, por um acaso, eu " entrar" numa frequência que não é a minha - e isso acontece com a gente, nesse entrechoque de vibrações em que vivemos - suavemente vou voltando 'a minha e pronto.
Então, cuide da sua frequência e brigue menos.
Cuide da sua frequência e deixe o outro na frequência dele.
Pode ter certeza que as frequências afins vão se encontrando na verdade e musicando juntas...
Bom dia!


Mostrar mais reações

sábado, 1 de abril de 2017

Vamos caminhando e nos curando...

" O período que passamos na terra é onde podemos fazer progresso" A Mãe

Abri essa frase da Mãe há pouco e me inspirou a caminhar com algumas reflexões.
Pensei: o que estamos mesmo fazendo nesse belo planeta azul?Qual o sentido dessa encarnação?Porque e para que estamos vivos?
Muitas pessoas poderiam dizer um monte de coisas ótimas sobre isso:porque queremos ser felizes, porque queremos fazer coisas boas, porque queremos criar coisas novas, coisas belas, coisas importantes,fazer arte,fazer ciência, porque queremos amar muito...E por aí vai!
Eu, particularmente, gosto muito dessa última afirmação...:) 
Incluo todas essas possíveis respostas em uma única: para a nossa cura!
Que cura?A cura da nossa vida, de todas as nossas vidas, do nosso coração sofrido, da alma dolorida.Esse é o progresso. No nosso mundo capitalista, entendemos "progresso" no âmbito profissional, financeiro, no âmbito dos "fazeres".
Mas parece que o progresso verdadeiro está no âmbito do "ser", onde cada pequena vitória sobre si, cada avanço sobre o pequeno ego, cada penosa e abençoada clarificação da sombra, cada sopro de verdade que podemos inspirar e expirar nos leva mais perto de quem somos, tira mais uma capa da nossa aparência, revelando nosso verdadeiro ser.
Penso nesse progresso como um trabalho no "pequeno", nas pequenas coisas do dia a dia, na verdade que já podemos viver no dia da nossa vida.Nada grandioso, operístico, wagneriano...
Se for grandioso, que seja numa Nona de Beethoven, com toda a verdade pujante daquele ser...
Ele fez o que tinha que fazer, no tempo em que tinha que viver. E agradecemos tanto àquela vida dele!
Nós, nem somos ele, nem vivemos naquele tempo. Somos homens de hoje, com a nossa tarefa atual de cura através do que fazemos, seja criação musical, seja cozinhando uma comida saudável e gostosa, seja dando aula disto ou daquilo, exercitando nossas profissões, nossos relacionamentos.
Se nos identificamos completamente com os fazeres, perdemos de vista o ser, onde está nosso pote de ouro e mel. Mas precisamos nos exercitar através dos fazeres, flexivelmente.
Eu me vejo, me percebo através do que faço no mundo.Claro que preciso bastante da luz da honestidade pra perceber minhas reais motivações internas.Em outro texto, a Mãe diz que precisamos escarafunchar todos os cantinhos escuros dos nossos quartos internos pra pegar a danada da coisinha feinha que quer escapar ao nosso escrutínio.Pegamos a danada pela ponta do rabinho, " venha cá, coisinha, deixa eu lhe ver à luz do sol, deixa eu ver essa má vontade, esse orgulho , essa inveja ,essa ambição, esse preconceito , essa falsa justificativa,esse controle,  essa mentira..."
E aí me vem outra reflexão: o que interessa não é exatamente " o que " fazemos, mas "como" fazemos. Li em algum lugar esses dias uma pessoa falando sobre música e ele diz " posso ser um virtuose e isso pode não me levar a nada".Ou seja, o virtuosismo dele pode deixar o processo inalterado, sem nenhuma transformação. Pode ser somente da ponta dos dedos, no caso do músico. Pode não ter movido nada internamente, nem nele , nem nos outros.
Assim já temos uma chave ótima pro que estamos falando de "cura": tem que começar de dentro, mover dentro, aí vem pra fora. E precisa vir pra fora, assim como precisamos expirar depois de inspirar. Senão, morremos inflados...
Aí, de fora, volta pra dentro e o processo continua, revisado, revisitado, retransformado, sem fim.

Então a coisa vem de dentro, como um fiozinho de água que vai procurando seu caminho pra pingar suas gotas aqui fora, vem caminhando, abrindo espaços naturalmente pela força interna da água, vai seguindo como um rio em direção ao grande mar.
A expressão do fiozinho de água só é profundamente feliz quando se vê unido ao mar.
Acho que, a essa altura do encontro do nosso fiozinho de água com o grande mar, estamos vibrantemente vivos, estamos nos curando . E assim vamos construindo a paz.

Paz, Cura, Amor, verdadeira Alegria...
Uma coisa não pode existir sem a outra!
Tudo interdependente!
Tudo exercício na vida!!
Que chance incrível temos!!
Ao trabalho, amigos!
Bon voyage!

PS - Pra quem quiser ouvir a música que vem de dentro e se expressa tão belamente aqui fora, procurem ouvir Nelson Freire tocando BACH.
Ouçam especialmente a faixa 17.