segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Pra não dizer que não falei dos sapos...eles podem conviver com as flores... ( parte 1)

Hoje vou falar de sapos e flores. Dias de sapo - dias de flores,dias de cores e amores - dias de dores e dissabores... Luz e sombra. No nosso espaçoso íntimo, lá dentro do imenso salão, canta-se, chora-se,dança-se em liberdade, recolhe-se em solidão... Vamos falar sobre sentimentos.Não faço a famosa divisão entre " sentimentos bons e sentimentos ruins".Todos são sentimentos. E precisamos falar deles.Mas antes de falar, precisamos sentir eles. Aqueles gostosos, revigorantes,saudáveis, que nos energizam como um banho de cachoeira no colo de Oxum ou um mergulho no mar azul de Yemanjá. Aqueles cinzentos, tristonhos,que vibram tão lentamente que parecem sem vida, ficam parados na garganta, no cardíaco, no plexo e a cachoeira e o mar escorrem dos nossos olhos. Mas agora, poética à parte,quero falar um pouco dos sentimentos, de todos eles, sem diagnóstico, sem rótulo, sem catalogação. - A vida vai seguindo num grande fluxo, um rio de energia.Nós entramos e saímos desse grande fluxo que não tem fim: nascemos e estamos nesse fluxo, morremos e saímos do fluxo.Mas o fluxo não termina, não se extingue, ele continua. A vida continua sempre.A vida não acaba. Nascemos na vida e morremos na vida...e ela sempre segue. Enquanto estamos aqui na vida temos muito trabalho a fazer. Muito trabalho interno, sobretudo! Maior trabalho do que entrar em contato conosco?Nos conhecermos? Nos aceitarmos como somos? Acolhermos todos os nossos sentimentos? Acolher não significa concordar, gostar, mas uma aceitação terna e carinhosa...de quem? De nós mesmos! Se isso tudo está em mim, primeiro vou conhecendo esse material e depois trabalhando nele, como um ceramista trabalha na sua argila até transformar. Os alquimistas estão chegando - nós!! ( continua)