domingo, 14 de janeiro de 2018

Sobre a simples generosidade do dia a dia...

Publiquei uma foto minha ontem no face, tirada pelo meu marido nessa tardinha , e ouvi coisas muito bonitas e generosas de pessoas amigas e de outras que não conheço. Penso que tudo o que nos acontece na vida provoca em nós algum sentimento, algo move, tanto positiva como negativamente. Parece que, até os dias de hoje, o que mais nos moveu foi o negativo. Durante eras, talvez, afundamos nesse grande cobertor negativo que nos cobria até os fios dos cabelos. Tanto a negatividade coletiva como a familiar. Ou seja , atuando tanto no individual como no coletivo. Temos muito a curar nesse lugar, porque os velhos hábitos nos fazem repetir os padrões negativos. O cobertor foi se tornando um muro alto, um espaço compactado com grades de ferro. Umbigos ambulantes em corações fechados.E o pequeno ego ganhou força, e a infelicidade ganhou força e o escurecimento da luz prevaleceu. Penso sempre que temos armadilhas, construídas por nós mesmos, para desmontar, todo o tempo.Um serviço contínuo.Construímos elas para nossa defesa mas, ao longo do tempo, elas foram solapando nossas chances de alegria, gratidão, afetos...elas dominaram e a negatividade venceu. Quem construiu minhas armadilhas? Eu! Quem construiu suas armadilhas? Você! Mas o que foi construído pode ser desconstruído - se eu fiz, posso desfazer!! Oba, que boa notícia! Eu tenho o poder de desconstruir!Não sou uma coitadinha de uma lesma ( não é Patricia G?):) Então precisamos conhecer com detalhes a tal armadura-armadilha - as várias - conhecer o tamanho, densidade, cor, peso, cheiro, reentrâncias, pontas que ferem etc...Vamos passando a mão com sensibilidade por ela (s), ouvindo sua voz chorosa, sofrida, angustiada.E , por trás da voz chorosa, o medo, a arrogância, a insensibilidade forçada...E vamos relembrando que o que eu não conheço em mim não posso conhecer do outro. E , com medo de "perder"seja lá o que for ( ô coisa que nosso mundinho odeia, "perder"...)fomos nos fechando, ficando mesquinhos, só esperando que o outro dê, que a vida dê, que o filho dê, que o marido-mulher dê, que o amigo dê...E se não recebemos o que achamos que precisamos do outro, ficamos raivosos e dizemos "também não dou"! Como disse alguém, com essa história de "olho por olho"vamos todos acabar cegos!Xô pena de Talião!Vade retro! E brincar de "pena de Talião"com a vida nunca dá certo.Perdemos sempre, o feitiço se volta contra o feiticeiro. Mas eu comecei dizendo que o texto era sobre generosidade e contei a história da minha foto. Onde entra a generosidade aí? Penso que o olhar generoso nos salva. Algo nos impressiona e não expressamos. Guardamos , escondemos, fazemos de conta que nem vimos... Quantas vezes vemos coisas legais, que nos afetam positivamente, e guardamos nossos comentários no bolso? Pode ser uma coisa boba, singela, não precisa ser nada grandioso. Aliás, penso sempre que é nas coisas pequenas que nos salvamos, nas coisas simples do dia a dia. Construímos todos juntos um mundo bem maluco, parco de bons sentimentos verdadeiros, e fomos ficando tão individualistas, fechados em nós mesmos, dando voz aos medos, à mesquinhez, a tudo isso que hoje quer nos engolir com sua boca de lobo. Mas podemos ir na contracorrente e optarmos por ser mais generosos com o que vemos em nós e no outro. Principalmente se o que vemos nos toca, nos agrada, nos faz respirar melhor. Se vamos exercitando isso individualmente, vamos criando ressonâncias que vão se ampliando e as frequências se elevam. Não é tão fácil como parece.Pelo menos, pra mim, às vezes preciso fazer um esforço pra não guardar no bolso devolutivas que podem ser gostosas pro outro, que podem ser carinhosas, afetivas, companheiras... Afinal, o tempo é pouco, ando tão apressada, esquecida, muito trabalho ou o quê. Mas não: é a minha mesquinhez que, muitas vezes, leva a melhor. Aí , graças a Deus, algo acontece e relembro como a vida é um presente, como o outro está no mesmo barco que eu, trabalhando suas próprias sombras, como estamos tentando nos transformar e transformar o padrão energético negativo que criamos juntos. E, mais uma vez e sempre, agradeço, fico em silêncio ou escrevo ( como agora) e agradeço a generosidade que percebo no outro. E que é também presente em mim. Precisamos urgentemente do exercício da generosidade nas coisas simples do nosso dia! Obrigada, amigos e Saravá! Namaste!

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