sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Coleção verde e rosa e a CRUZ .


Quando meninota e mocinha, lia a coleção verde e a coleção rosa. Adorava ler, vivia lendo, Lobato, Guerra e Paz, livros da biblioteca da minha casa, de pais que gostavam muito dos livros. Não conseguí ler a paixão do meu pai, Euclides da Cunha. Ele tinha tudo dele em casa e os livros eram todos grifados, estudados.
" O sertanejo é antes de tudo um forte" ficou, pra mim, nas primeiras linhas e na força dessa expressão!
Das coleções que mencionei , tinha um livro , " O Rosário", que eu lia e chorava, Nunca entendí muito porquê!Era um amor impossível de Jane e Garth Dalmain, os protagonistas da história. Ele, um pintor, ela, uma moça que se achava feia. E, por causa disso, não acreditou no amor dele, por não se achar merecedora, já que se sentia feia.  Lembro de um trecho marcante, quando ela o deixou:" com os lábios pálidos, Garth beijou a mão de Jane, dizendo baixinho aceito a cruz!" No fim eles se reencontram, ele cego, e terminam vivendo seu grande amor!
Essa história de "aceito a cruz" ficou em mim. Volta e meia, essa lembrança me vinha.
Hoje ela veio novamente e fiquei matutando o porquê dessas palavras me tocarem tanto, até hoje.
O Guia do Pathwork fala da "crucificação do ego" - será isso?
E a lembrança do Cristo na cruz..." Pai, porque me abandonastes?"
E a aceitação do seu calvário, de todo sofrimento, de toda incompreensão e injúria dos homens que ele veio salvar: nós!
Aquela historinha sobre a cruz: " Diz-se que um homem estava carregando sua cruz e, achando ela pesada demais, resolveu passar numa marcenaria e cortar um pouco das pontas. Isso feito, prosseguiu viagem, bem mais leve. Logo adiante, havia um enorme precipício, o chão se abria - e ele viu as outras pessoas colocando cada um sua própria cruz para servir de ponte sobre o vazio, de passagem para o outro lado. Ele tentou, mas faltavam exatamente os pedaços que havia mandado cortar. Por isso não conseguiu passar."

Talvez, hoje, eu esteja tentando achar um marceneiro pra cortar as pontas da minha. 
Tenho a impressão que não vou achar, e ainda bem, porque vou precisar dela inteira pra transformá-la em ponte.
Tudo acontece sempre para o melhor, mesmo que nossa limitada visão não nos ajude a compreender no momento.
Só  me resta ir  para o meu centro, respirando, pedindo ajuda, indo para o coração, sintonizando com ele...
Lembrei da cruz da Nina Simone, do mestre Beethoven, de Bach, de tantos outros tão imensamente maiores que eu que aceitaram as próprias...
OK, Eloisa, vamos ouvir a Paixão Segundo são Matheus hoje!
Somente a música pode ajudar-nos a fazer essa passagem para a aceitação!




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