segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

... sem som...

O movimento interno balança
e se sacode loucamente como minha rede na varanda
solitária e embalada pelo vento.

O fim da tarde não é lilás.
É verdinho e gris
e suas mãos sensíveis
preparam a noite
que é esperada pelo coração
triste e amoroso...

As montanhas ficam em silêncio!
Procuro escutar dentro desse silêncio,
Peço a elas uma dica, uma luz, uma mensagem...
Olho e re-olho
e de novo tudo me fala sem som
e " Não vai me encher de coisas ,
de entulhos de velhos conteúdos..."
Aguenta aí, ouve, acorda,
fica inteira na corda bamba
fica firme na areia movediça
vai transformando essa sombra
vai aprendendo com ela
vai fazendo uma música silenciosa
inaudível
que faça viver seu coração novamente.

Confia nessa melodia nova
nesse novo ritmo que chega
que não conheces e que te dá a vertigem do medo.
Mas vai conhecendo esse medo, fica amiga dele
escuta o desvelar dos seus segredos,escuta...
Ele se desvela a você, devagarinho,
como quem faz um strip-tease terno e comovido
sem som, sem expectativas, sem ilusões,
só tu...

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